24 de jun. de 2009

Infinito decomposto


Uma estrela no céu é só uma estrela

Uma estrela em uma constelação no céu é só uma estrela


Deserto é areia

Um grão de areia do deserto é só um grão de areia.


Carne e pele são só desejos

Um corpo é carne e pele


Sede e Frio são só clamores

Alma é clamor


Vazio e Plenitude são só saudades

Espírito é saudade


Corpo, Alma e Espírito são só Alguém.

Desejos, Clamores e Saudades são só Alguém

Carne e pele, sede e frio, vazio e plenitude são só alguém.


Deserto não é só areia.

Céu não é só estrela


Um corpo não é só desejo.

Alma não é só clamores.

Espírito não é só saudade


E Alguém estranho é só ninguém.


-Fabiane Ponte-

6 de jun. de 2009

Confissões: I - Do medo

Morrer, e não ter vivido tudo o quanto preciso. Não viver plenamente o que o meu coração anseia desesperadamente. Passar pela existência e não existir. É não saber. Não saber quem sou e nunca o descobrir. É a solidão imensa, buraco escuro e frio. É saber. Saber não ter nascido pra a mediocridade e estar imersa nela. É ser sozinha em meio aos que amam aquela que veem, e não àquela que não ouvem. É ser uma mulher de sombras e não de sol. É estar do lado negro da lua. É habitar cavernas. É ser lagarta que vira borboleta com asas atrofiadas. É querer. É querer desbravar os mundos que estão além da linha do horizonte. É estar sempre adiante, vivendo atemporalmente no amanhã e no por vir. É não ser daqui. É não estar aqui. É ter que usar máscaras de sorrisos pra esconder lágrimas e cicatrizes.
-Fabiane Ponte-