16 de jun. de 2010

No Labirinto




Pela lucidez
Fui condenada a fugir
eternamente
do monstro do labirinto.


Meus sentidos
aguçados pelo tempo
pressentem a sua feroz proximidade.

Sem norte
Agarro-me ao fio da loucura
que conduz-me ao centro
da minha prisão: jardim outonal.
Lá os urros do monstro soam distantes.

É breve.

O monstro espreita-me.

Devora-me.

Cumpro a pena. E o meu destino.

_Fabiane Ponte_