
Presa naquele porão, a única distração da menina é um pequeno feixe de luz que atravessa a frestra da janela, nas primeiras horas da manhã.
É a única forma com que ela interage com o mundo externo, e que permite que ela não esqueça de que ainda existe luz, apesar da escuridão a qual está condenada.
É o que lhe garante a sanidade para que não sucumba ao castigo do algoz.
Mesmo condenada à escuridão, ela sabe, vê, prova e comprova que há luz, e que esta é mais poderosa que as trevas.
Dentro dela mesma, pode ser livre e atravessar mundos, pois ainda que contemple tão pequeno raio de luz, sabe que o que vê é só uma parte do grandioso Sol, como ela mesma sabe-se imensa, plena e absoluta, ainda que com aparência de frágil menina aprisionada.
Ela aguarda, pacientemente, como aguarda uma lagarta presa em seu casulo e que, quando se liberta, já não é mais a mesma feia criatura, mas um delicado ser alado. Assim a menina espera acordar um dia, não mais no porão visitado somente por um tímido raio de luz, mas em um grande salão iluminado, e que finalmente seja revelado o que sempre foi, e quem sempre lá esteve.
-Fabiane Ponte-
12 comentários:
perspicaz e sensível quem percebe uma menina ali dentro, carísmatico quem consegue diariamente demonstrar algo novo na janela de forma a mante-la viva, abençoado que consegue tirá-la de lá e enfim poeta/profeta/sábio quem consegue escrever sobre isso para educar leitores.
bjo com carinho de um fã!
Quantas vezes nós já estivemos em um porão como esse... e quantas vezes essa luz foi nossa rota de fuga. Muito legal o texto!
Incrível reflexão, Nalua!!!
Suave e profunda, como um raio de sol.
Bjoooooooooooooooooo!!!
Um raio de luz numa imensidão de trevas é a única esperança dessa menina. Lembrou-me o caso daquela moça que o pai prendia no porão por 20 anos. Muito triste.
Beijos de fadas.
Belo texto, Fabi.
Acho que todos temos momentos de viver dentro do porão e de esperar a luz.
Beijos.
Muito bom.
Visite o meu blog:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Conto com a sua visita,
Renata Cordeiro
Fabiene, o raio de luz se transformará nos lustres dos salões de Versailles e a pequena menina será a grande estrela da festa. beijo
Fala muito sobre a libertação pessoal de cada um, sobre quando estamos no fundo da caverna e através das sombras percebe que ainda existe um mundo de luz para a qual quer escapar.
Mas também me lembrou Anne Frank, em seu diário. Em enxergar em pequenas coisas sinais de coisas maiores às quais estava privada, mas esperava um dia se libertar...
Acho que isso é tanto do quanto a gente acaba escolhendo viver. Acostumando-se.
Pena
Beijos
Obrigado pela nova visita ao Imperfeito. Sua estoria é que ajudou que o final fosse feliz ! beijo
Obrigado pela visita e comentário e obrigada pelo conselho. Apartir de agora vou começar a intercalar entre opiniões e poesias. Gostei da idéia e mais uma vez obrigada!!! E aproveitando faça-me uma nova visita.
Tem poesia nova pra vc julgar.
Um pequenino raio de luz a trazer novas esperanças.
Lindíssimo!!!
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