2 de jan. de 2008

Abandono



O meu amor
Deixei-o

Como deixa uma mãe desnaturada
o seu filhinho, embrulhado em panos
na porta de uma casa qualquer.


Deixei-o
E saí sem olhar prá trás
Deixando um pedaço sagrado de mim
E ainda cheia de leite prá alimentar
Indo contra a mais sagrada lei da natureza.


Deixei-o
Como quem se dessacraliza
Abrindo mão de seus sagrados deveres
Dos seus mais preciosos deleites
De todo o sentido da vida.


E sigo em frente
Com a cerviz dura
Com um coração agora tão frio
Com os peitos derramando leite
Com meus instintos amarrados
Com os ouvidos cerrados, indiferentes ao seu choro


Uma mulher destituída do seu sentido de viver.


-Fabiane Ponte-

14 comentários:

Oliver Pickwick disse...

Um fim de romance escrito em versos com letras de um romance gótico ancestral, querida Fabiane. Mas nem por isso, menos belo.
Beijos, e feliz ano novo!

Giovana disse...

Eu quero deixar também, amore... principalmente porque vi que não tem mais jeito, acabou, boa sorte...
Bjo!
Gio

Anônimo disse...

Muito belos os seus poemas, vim retribuir a visita que você fez em meu blog, vou linkar o seu blog no meu, um grande abraço.

Mustafa Şenalp disse...

very nice a blog :)

Clarissa Barth disse...

Querida Mulher de Lua, a tua bruxaria me assombra. Que bom que passei por aqui, precisava ler isto hoje. Obrigada por partilhar estas visões tão fortes conosco.
Beijos!

SAM disse...

Lindo, AnaLua! Deixar um amor nos faz sentir exatamente como a sua sensibilidade e maestria na arte de escrever expõe: destituída do sentido de viver...


Beijo terno

O Profeta disse...

Um poema lindo mas dramático...


E a viagem começa
Sem rumo nem distância
Serei timoneiro de alva barca
Pelo rumo da tua lembrança

Mar de sonhos mil
Oceano de tanta contradição
A ternura invade o caminho
Que leva ao teu coração


Bom domingo


Doce beijo

Natanael Garcia disse...

oi querida, gostaria de uma troca de links com seu blog, tenho um blog em homenagem a uma ginasta e gostaria muito de divulga-lo. t+

http://bloguinhodajade.blogspot.com/

Anônimo disse...

Apareça menina e coma meu bolo!

Carol Biavati disse...

Desejo que vc recupere tudo aquilo de que precisa.

Abraço!

Poemas e Cotidiano disse...

Querida Ana!
Todas as dores tem que ser sentidas, curtidas, analisadas, para poderem sair de nos.
Estou julgando que nao seja seu eu lirico.
Um beijo carinhoso, e Feliz 2008.
MARY

Bill Falcão disse...

Caraca!!! É arrepiante!
Bjo!

Anônimo disse...

Fabi de Deus... que mudança espetacular tem ocorrido por aqui... Espero que seja reflexo de mudanças interiores... E me parece que são... Amiga, não ando postando. Sou refém de minha inspiração, mas acho que em breve serei sua vizinha de blog... Amei tudo aqui... Amei muito... Parabéns por esse poema em especial, que me tocou demais...
Sonia Amélia (ComLicença)

Anônimo disse...

A taça do SOL
Hélios, filho de Hipérion, embarcou na taça
dourada, para atravessar o Oceano
e chegar aos abismos sombrios da noite sagrada,
junto da mãe, da legitima esposa e dos caros filhos.
E entrou por seu pé no bosque sagrado,
de loureiros umbrosos, o filho de Zeus.

ESTESÍCORO, VII-VI a.c.

...SIBILA de DELFOS, FOI UM IMENSO PRAZER CONHECER-TE...A TUA ALMA...A NOSSA POESIA É A NOSSA ALMA...GOSTEI DE VERDADE...O MEU ÚNICO PROPÓSITO É HOMENAGEAR POETAS...DIVULGANDO-OS...perdoa-me esta intromissão...de vez enquando...procurarei, se o tempo mo permitir,voltar...e apreciar as tuas PÉROLAS...até á eternidade...chat noir avec...