
Pela lucidez
Fui condenada a fugir
eternamente
do monstro do labirinto.
Meus sentidos
aguçados pelo tempo
pressentem a sua feroz proximidade.
Sem norte
Agarro-me ao fio da loucura
que conduz-me ao centro
da minha prisão: jardim outonal.
Lá os urros do monstro soam distantes.
É breve.
O monstro espreita-me.
Devora-me.
Cumpro a pena. E o meu destino.
_Fabiane Ponte_