
Vou lhes contar uma história, mas em vez de começar pelo tradicional "Era uma vez", vou direto ao final, que não é feliz: Muitas mulheres com as quais você esbarra são sereiazinhas desprovidas de suas belas caudas e de suas encantadoras vozes.
Na versão original de Andersen, a Pequena Sereia salva o príncipe de um afogamento, e este se apaixona por aquela criatura linda e de belíssima voz. Fisgou, mas foi fisgado.
A sereiazinha, sabendo da impossibilidade de viver essa paixão, resolve tornar-se humana. Eu sempre me pergunto: Por que o principe não poderia ter virado um “sereio”? Como sempre, a mulher se molda.
Ela procura então uma feiticeira, e faz um pacto. A feiticeira lhe concede pernas em troca de sua bela voz. Avisou que a sereiazinha sentiria terríveis dores nas pernas para o resto da vida e nunca mais poderia voltar ao fundo do mar.
Ela parte então, à procura do seu príncipe, mas ele não a reconhece, porque se apaixonou por uma sereia de bela voz, e aquela que se apresentava a ele era uma menina muda... Concordam comigo que já viram essa estória?
Mudar, meus amores, é, claro, um processo natural e saudável na vida, mas não significa moldar-se ao gosto de ninguém. Abrir mão da própria essência e se tornar outra pessoa só pra agradar o outro não é prova de amor, é sim prova de falta de amor próprio. E quem não se ama, não pode ser amada!
De repente o homem ou a mulher da sua vida olha pro lado e pergunta: Cadê aquela pessoa que me encantou um dia? Ela olha e só vê uma versão dela mesma.
Ame, mude, mas não abra mão da sua essência.
Fique com a sua voz.
Fique com a sua cauda!!!
-Fabiane Ponte-